quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A MINHA MÃE



































Cândido Rosa – Poemas

A MINHA MÃE

A desventura bateu à nossa porta,
Sem alguma piedade ou clemência,
Deixou-te num estado de demência,
De corpo vivo mas a alma já morta.

Assim viveste teus últimos dez anos,
Sem já saberes sequer o meu nome,
Tratámos de ti sem sentires a fome,
Sofrendo e chorando os desenganos.

Tão insensível tu então te tornaste,
Que nunca mais em nós reparaste,
Com a tua louca vontade de fugir.

Era a tua vontade de ir para o céu,
Porque o teu mundo era só o breu,
E foste para onde nós teremos de ir.

Cândido Rosa
® Direitos reservados
11/08/2016
Foto: Net

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